Visita ao Inhotim

     Visita ao Inhotim - Aula 27/04

    No dia 27/04, a turma fez uma visita ao Inhotim, Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, localizado em Brumadinho. O meu grupo (o Grupo 3) havia escolhido a Galeria da Waleska Soares para visitar, porém essa estava em manutenção e acabamos indo a Galeria Fonte, que abriga exposições rotativas de curta duração. É curios que, assim como as outras galerias do conjunto pensado para exibições temporárias, seu nome faz referência a sua localização, próxima a mananciais. A exposição visita pelo grupo foi "O mundo é o teatro do homem", organizada pela curadoria do museu em parceria com o Ipeafro, sobre a obra do dramaturgo e ativista Abdias Nascimento.

    

    A exposição é quase toda contemplativa, uma vez que ao entrarmos, já somos advertidos que não podemos tocar em nada. Considerando que o acervo era composto praticamente todo por fotografias, livros, recortes de jornais, pinturas e textos informativos, a falta de interatividade com a obra não é necessáriamente um problema. Ao entrarmos na galeria, nos deparamos com várias mesas e estruturas verticais, dispostas ao longo do salão de modo a formar "corredores" que fazem com que o visitante explore o local como preferir. Os móveis são todos em madeira e detalhes em ferro preto, o que contribui (com auxílio das paredes brancas e a luminação harmônica e pontual) para o foco estar totalmente nos objetos e obras expostas. Existe um contraste interessante entre as telas translúcidas "de fachada" que ajudam a demarcar o ambiente e as cortinas. 

    Essas são o que mais chama atenção. São duas cortinas muito grandes e pesadas, em um tom de marrom amarelado, que criam dois ambientes semelhantes a um teatro, com telas de projeção e bancos. Essas cortinas criam uma espécie de mistério com o que está sendo exibido e te deixam curioso, te conduzindo a entrar. Dentro dessa instalação das cortinas, são exibidos curtas que integram com a mensagem dos demais segmento da exposição. Essa parte que convida o visitante a sentar e assitir seria a mais interativa da experiência. 

    É interessante com essa parte da sala traz uma montagem que remete a arquitetura de teatros. As telas, peças verticais de madeira e mesas ocupam a visão do visitante a princípio, de modo que a cortina do fundo e seu ambiente de exibição só é revelado a medida que se explora o salão, ao contrário da primeira cortina que pode ser vista de fora do prédio (por conta da fachada de vidro).

    Quanto ao tema, "O mundo é o teatro do homem" explora o tetro do oprimido, conectando a sétima arte com ativismo social. Um dos focos está no Teatro Experimental do Negro e como esses eram excluídos da prática teatral, desde os bastidores até principalmente o consumo de tal como uma forma de lazer.  Os escritos, os quadros mas em especial, o curta assistido pelo grupo - "Olhos da rua" - mostram como os negros e demais grupos oprimidos pela sociedade (no caos do curta, moradores de rua e/ou cidadões com menor poder aquisitivo) podem se articular e fazer do teatro e da arte, um instrumento de resistência  e luta, principalmente quando coletiva. 

    Por fim, quanto ao prédio, ele é branco e possui em sua fachada principal, um formato curvo. É claramente uma edificação moderna, já que possui um pilotis onde ficam bancos e mesinhas, um pé direito alto, com uma fachada livre e em vidro. O pilotis contribui para intregar os jardins com a edificação, assim como os vidros que permitem que você veja o interior (mesmo que seja a cortina) e contribui para a sensação de liberdade e integração. O formato curvo da laje também integra bem o prédio com o seu entorno: do caminho que o grupo estava, o prédio foi "surgindo" em meio as àrvores a medida que a gente andava. 



    Na parte da tarde, pudemos viistar demais galerias ao redor do museu, que reúne uma gama de prédios de diferentes estilos arquitetônicos e exposições - temporárias ou permanentes - muito diversas e interessantes. Dentro das galerias, éramos convidados de formas diferentes a imergir e interagir com a obra, a diferentes níveis e com diferentes recursos, Por exemplo, o som alto auxiliado pela boa acústica no Galpão, os recursos arquitetônicos como corredores na Galeria Psicoativa Tunga, a própria estrutura do prédio na Galeria Adriana Varejão ou mesmo o ar-condicionado forte na Cosmococa. Também existem instalações e obras externas que são interessantes de serem admiradas, como o Caleidoscópio. O fato da ida às galerias e a exploração ao espaço ter sido em grupo tornou tudo mais interessante, pois podíamos discutir as diferentes obras e visões com os colegas. A visita foi muito rica para nós como estudantes de Arquitetura e Urbanismo e o dia, agradavél.




  

Comentários

Postagens mais visitadas