Sintegração - Lições de Arquitetura, Herman Hertzberger
Sintegração Hertzberger - Aula 15/05
Rodada I: (A) Público e privado; Demarcações Territoriais; Diferenciação Territorial; Zoneamento Territorial; De usuário a morador
Na primeira rodada da sintegração, ocupei o papel de debatedora. O grupo se reuniu no corredor em frente a sala 301 e discutiu os temas supracitados da parte A da obra de Hertzberger. As discussões desses tópicos se reuniam em torno dos conceitos de público e privado apresentados pelo autor, termos que referem-se ao acesso, a forma de supervisão, quem o utiliza, quem toma conta dele e de suas respectivas responsabilidades. Durante esse capitulo e as discussões da sintegração, ressaltamos como a definiçao de um espaço público e privado é resultado da inter-relação entre as pessoas e os grupos que convivem naquele espaço. No caso específico do corredor, é um espaço de transição público, em face as salas de aula que configurariam como um espaço privado. Com relação aos tópicos subsequentes, foi levantada a questão da sensação de acesso e as gradações que demarcam fisicamente os espaços, bem como os espaços que levam ao ambiente específico - no caso em questão um corredor escondido e escadas - e se ele se configura como ambiente de passagem/transição ou de permanência. Também comentamos na primeira rodada sobre a questão da responsabilidade do usuário para/com um determinado espaço e como é essa responsabilidade e o afeto que transformam o usuário em morador de um determinado ambiente, no qual ele começa a se sentir confortável, por estar em um local conhecido e seguro.
Rodada II: (C) Visão II
Na rodada 2, assumi o papel de crítica na discussão que aconteceu no patamar da escada do segundo andar. Neste momento, discutimos sobre o tópico Visão II do livro em questão e levantamos como principais pontos de discussão o diálogo que deve estar presente nos ambientes entre visão e reclusão, que julgamos acontecer no patamar da escada e segundo espaço. Há um equílibrio que impede os transuentes de se sentirem muito exposto, uma vez que essa exposição se torna uma escolha, de ser visto ou estar escondido. Outra escolha que pode ser tomada nesse espaço e concorda com os conceitos expostos no tópico Visao II, é a questão da interação social: não se impoem um contato mas tampouco sua ausência, as escadas e o patamar são largos o suficiente para pessoas passarem em sentidos opostos sem interagir ou pararem e engatarem conversas. O corredor da escada é definitivamente um local de passagem e a partir dos conceitos de Hertzberger, o grupo concluiu que o patamar integra diversas gradações de abertura e reclusão: o corrimão da escada, o pé direito alto que permite observar os andares de baixo, a textura dos vidros. Quanto a janela, ela se tornou um elemento importante de atenção, visto que alguns integrantes do debate propuseram que ela fosse aberta ou ao menos lisa, enquanto outros concordaram com a escolha do vidro canelado - que dá luminosidade mas ao mesmo tempo privacidade.
Rodada III: (C) Equivalência
Na terceira rodada, novamente como debatedora, o grupo abordou o tópico Equivalência, contido na parte C do Lições de Arquitetura, na calçada embaixo do auditório. Durante a rodada, focamos na questão da hierarquia, principalmente contrapondo os espaços da calçada e do hall, analisando os materiais de ambos os espaços, a demarcação física entre ambos através das portas de vidro semiabertas e a separação brusca entre os espaços público e privado, a rua e o prédio da faculdade, respectivamente. A calçada que deveria agir como um espaço de transição entre ambos os espaços, é na verdade um intermédio entre a rua e faculdade que não cumpre com sua função. O pilotis e sua cobertura não são aproveitados pelos pedestres, que muitas vezes desviam das pilastras e ocupam apenas uma faixa estreita da calçada. Ademais, o espaço coberto não apresenta nenhum outro uso, minimamente funcione como estacionamento, mas acaba sendo subutilizado e não tem seus potenciais explorados, principalmente como tentativa de integrar melhor a rua e o prédio. Retomando ao tópico da equivalência, ainda pontuamos como os sistemas que valorizam a equivalência e não apresentam ordens hierárquicas rígidas, o fazem criarndoo equilíbrio correto entre todos os elementos, de forma que cada um deles funcione ao máximo por sí próprio, assim como também na sua relação com os outros. É a partir dessa lógica que se deve pensar em uma intervenção na calçada, buscando elementos que não fiquem presos em uma função e ordem fixa e possam ter seus usos maximizados, como propunha Hertzberger.
Rodada IV: (B) Ordenamento da construção
Por fim, reunidos agora no lago vazio do jardim da EA, foi abordado o tópico Ordenamento da construção e eu fui observadora. A discussão girou em torno do lago como a unidade e a praça, o todo - focando em uma lógica onde as partes determinam o todo, e inversamente, as partes isoladas derivam deste todo. De acordo com Hertzberger. para assegurar o equilíbrio do todo, os componentes devem ser capazes de servir a objetivos diferentes e o lago, por enquanto está vazio. Este deveria ser mais atrativo, de forma que a praça também se tornasse mais convidativa, com mais locais de encontro e que integrassem tanto a comunidade da faculdade como os moradores do bairro. O lago vazio e a praça possuem ambos muito potencial mas que na configuração atual acaba não sendo explorada 0 o lago está vazio e a praça quase nunca é usada, principalmente pelos alunos. A solução deve ser implementada de tal forma que o espaço tenha sua função própria (o lago é, a princípio, algo contenplativo e de ornamento) e deve se adequar a função como um todo, sendo a praça um local de encontro e quem sabe de passagem - o que suavizaria a transição brusca entre o espaço público da rua e privado do prédio. Ademais e principalmente, o lago e a praça irão determinar o comportamento das pessoas e grupos que ali transitam e tal aspecto foi amplamente discutido pelos debatedores do grupo.
Comentários
Postar um comentário