Parágrafo - Discussão "Teoria do Não-objeto"

 Parágrafo Dialógico sobre o texto "Teoria do Não-Objeto", de Ferreira Gullar - Aula 20/04


    Após a leitura do manifesto "Teoria do não-objeto", é possível concluir que essa tipologia proposta por Ferreira Gullar se resume em objetos especiais que demandam experiências sensoriais e motoras do espectador. Isto é, são objetos que oferecem àqueles que o observam os meios para o concluírem, exigindo uma interação (a partir do mais variados sentidos) objeto-espectador, sem a necessida de qualquer intermediário. Esse último sai de seu estado de passividade e se torna ativo, um agente que usa o não-objeto e, através desse uso, enriquece a obra. Em suma, os não-objetos possuem potencial, o que significa que podem vir a ser, a partir do gesto humano. 

    Essas obras aparecem livres de qualquer significação que não sejam a de seu próprio aparecimento e forma, uma vez que não se referem a nenhum objeto real. Ademais, os não-objetos são percebidos em um fundo real, do mundo e não em fundos metáforicos das expressões abstratas. Cabe destacar que abstrações não são não-objetos, uma vez que, no fim, representam ou fazem alusão a algum objeto real, com forma e funcionalidade. O não-objeto, logo, é uma presentação, o aparecimento primeiro de uma forma. 

    Surge, a partir da leitura do texto, uma reflexão quanto ao limite dos não-objetos, uma vez que por não se limitar a representação, sempre vai estar aberto a novas possibilidades, a partir da interação do homem com esse objeto.

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