Parágrafo "Dialógico" - Animação Cultural por Vilém Flusser
Parágrafo "Dialógico" - Animação Cultural por Vilém Flusser - Aula 23/03
Em “Animação Cultural”, Flusser utiliza de forma irônica o discurso humano na voz de uma Mesa-redonda para levantar uma discussão em torno da interdepêndencia entre humanos e objetos. O texto em formato de palestra discutida em Assembléia pelos seres inanimados levanta o papel destes perante a humanidade, bem como o seguinte questionamento quase paradoxal: os humanos vivem em função dos objetos ou na verdade são o segundo grupo que é subserviente ao primeiro.
O primeiro ponto impactante do texto de Flusser e das ideias dialogadas em sala de aula é justamente à argumentação do paradoxo. Por um lado, o homem exerce controle sobre os objetos, já que os criararam. A criação dos objetos acontece quando os humanos utilizam conhecimentos técnico-científicos e manuais para criarem e controlarem. Entretanto, por outro lado, os objetos são cruciais para os humanos – uma vez que a raça humana depende de uma variedades desses para sua sobrevivência e os cria justamente buscando suprir determinadas necessidades da raça humana e facilitar a vida cotidiana.
Outra ideia que se destacou no texto foi a inversão da posição de humanos e objetos na tal hierarquia de poder. A tarefa suprema da Revolução Objetiva é desvalorizar a cultura, uma vez que ela, em forma de reação humana, é a maior ameaça ao plano dos objetos, considerando que a cultura é aquilo que diferencia a humanidade. De certa forma, esse plano já vem tendo êxito: os avanços tecnológicos do século XX emanciparam os objetos e esses se tornaram os animadores da sociedade, comprometidos em tornar as expressões artísticas e comunicativas cada vez mais padronizadas e robotizadas – onde os humanos são os objetos da vez.
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